"Não me roube a solidão sem antes me oferecer verdadeira companhia."


Friedrich Nietzsche



sábado, 14 de janeiro de 2012

Talvez seja cansaço, cansei de talvez...

   É o veneno que escorre, por entre bocas estranhas. Em algum canto escuro qualquer, o calor por entre a ponta dos dedos. O cheiro que domina o quarto, os pés descalços desfilando pelo piso de madeira. A pele branca, a curva das costas, o precipício.
   O gole que queima, a fumaça que arranha. Mostre tudo e um pouco mais do que tiver, não se esconda por trás de dúvidas e medos. Teu amor eu descarto, não sou mais um garoto em sua brincadeira. A boca destranca, és o que mostras, fogos de artifício.
   Esqueça de tudo, mentira tem hora. Não me peça pra aprender a perder. Talvez seja cansaço, cansei de talvez. Eu vou arrumar algo ou alguém para culpar. Vou escolher uma janela para ver outro lugar. Sei para onde ir, só não sei como chegar. Que siga o vício.
   Então fico mudo, vivo o meu agora. Se queres sol eu começo a chover.  Não quero um pedaço, é só timidez. Eu vou atrasar, vago, além, devagar. Procuro idéias e sonhos baratos para alugar. Eu quero sair, tentar construir minha sorte ou azar. Que seja o início.

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