"Não me roube a solidão sem antes me oferecer verdadeira companhia."


Friedrich Nietzsche



sábado, 31 de dezembro de 2011

Ela gosta de apagar a luz.

   Ela fala. Alto. Sem vergonha do que diz e do que escutam. Ela passa. Andando por entre os olhares, por dentro dos pensamentos maliciosos. Sorriso fácil, não pra qualquer coisa, não pra qualquer um, mas quando ela abre um sorriso você não olha pra mais nada ao redor.
   Ela pergunta. Se interessa pelo que você tem a dizer e sabe ouvir, olhando pra você, nos olhos. Bebendo, falando, sorrindo. Ela se olha em espelhos, quase o tempo todo, é sua mania. Ela levanta, arruma o decote e sai.
   Ela quer saber. "Quem você é?". Ela te descobre, talvez não como você seja, mas de um jeito bem parecido. A diferença é que ela não tem medo de suas suposições. Ela entende, ou finge que entende. Se não entende, ela sorri... E de alguma forma, não faz diferença.
   Ela é perfeita, porque não presta. Não presta pra se ter, nem pra se confiar. Não presta pra mim, acho que para ninguém. Ela gosta de ficar por cima, de tomar o controle. Gosta de mostrar que manda. Ela gosta de apagar a luz. E depois que as luzes apagam eu não sei mais explicar. Ela não presta, igual à mim, à você e à todo mundo. Ninguém é confiável.

Nenhum comentário: