"Não me roube a solidão sem antes me oferecer verdadeira companhia."


Friedrich Nietzsche



quinta-feira, 14 de novembro de 2013

O Eterno Retorno

O que tanto esperamos? Um amor? Uma oportunidade? Uma vida nova? 
Esperamos por uma hora, duas, três. Um dia, um ano, um mês
A mesma história, um gole de cada vez. Um sim, um não, talvez
Por que esperamos? Pela dor? Pela verdade? Por uma cova?

Onde é que vamos chegar? Se ainda somos tão dependentes, só nos resta esperar
O dia em que não mais precisaremos caminhar por cima dos mesmos passos
Quando finalmente deixaremos que o amor exista sem precisar de laços
Como vamos aguentar? Se não olhamos mais pra frente, como vamos mudar?

Esperar que os dias não se repitam e que talvez, por sorte ou acaso
O destino permita que a paz nos encontre e que encontremos uns aos outros
Que possamos seguir em frente, à passos largos, com sonhos soltos
Aguardar por um futuro longo sem ser fundo e claro sem ser raso

Conhecemos a cidade e o seu contorno. O trabalho, o transporte, o transtorno
E então, o que ganhamos? Se tudo o que temos é tempo e dele não aproveitamos?
Se não chegamos onde queremos e não saímos de onde estamos, para onde vamos?
De volta a radioatividade desse ar morno. A efêmera ida. O eterno retorno...

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