"Não me roube a solidão sem antes me oferecer verdadeira companhia."


Friedrich Nietzsche



segunda-feira, 29 de agosto de 2011

à cem quilometros por hora...

   Gostar de gente demais desparafusa um pouco a cabeça. Rasga a gente no meio, despedaça tudo como se fosse caco de vidro. Acho que somos gasolina, sempre esperando uma faísca. Estamos sempre esperando uma oportunidade para foder tudo... E quer saber? Que se foda.
   De um jeito ou de outro, o destino sempre te coloca contra a parede. Te revista, procurando por explicações ridículas escondidas. Pede sua identidade e te dá um tapa na cara quando você esquece ela em casa. Algumas pessoas simplesmente não valem a pena e isso não é tão ruim. Não adianta se esticar demais pra alcançar o que não vale a pena.
   É claro, falo disso tudo. Eu também não valho a pena. Não se já passei, se o que tinha pra oferecer acabou e deixou só lembranças no lugar. Chega de sonhos, nesse mundo existem leis feitas para serem quebradas e outras para se seguir à risca e quando colocamos os pés do outro lado da linha podemos ser surpreendidos pelos vigilantes. Dá pra entender? 
   A raposa que entra no galinheiro vigiado é confiante demais, esperta e rápida demais e por isso passa pela cerca em busca dos ovos com as orelhas levantadas, mas quando se aproxima demais acaba desprezando os perigos, não sentindo o cheiro de pólvora e o cano frio da espingarda. Eu sei, metáforas cansam, assim como as pessoas, algumas pessoas deviam chegar, ficar e ir embora de vez.
   Porque nós sabemos, nos fazemos de estúpidos, mas sabemos que essa vida é uma porra de estação de trem, trazendo pessoas que talvez não fiquem tanto, levando pessoas que talvez voltem logo. É simples resolver, simples decidir, muito simples de perceber que isso é semelhante àquela viagem que fez algum dia para qualquer lugar que te traga saudade e uma felicidade intragável, mas que por algum motivo faz pensar que nunca vai voltar, que no máximo passe por ela à cem quilometros por hora na rodovia. O que te faz pensar que se voltar a vê-la vai ser de longe e no entanto também te faz pensar que é exatamente assim que deve funcionar, pois certas viagens devem ser feitas apenas uma vez.

3 comentários:

Juliana disse...

Pessoas vem, pessoas vão... normal. Mas o importante não é o tempo que elas ficam, é o que elas deixam com você. Todo mundo te ensina alguma coisa, nem que seja a ficar acordado até tarde da noite para escrever uma besteira numa tela branca qualquer.
Eu, por exemplo, tenho conhecido pessoas que espero que fiquem por aqui, do fundo do coração. Pessoas com quem eu não convivo há tempo suficiente para saber como foram criadas, se passaram fome ou frio, se já passaram por algum sofrimento, mas que já amo como se sempre tivessem sido parte da minha vida. Estranho como nessas horas acreditamos que existam almas, outras vidas e o cacete à quatro. O fato é que essas pessoas te ensinam duas coisas vitais hoje em dia: a pensar e a sentir.
E são só essas que eu quero realmente que fiquem. As que só se importam com reality shows, cortes de cabelo e fofocas? Não, amigo. Essas, eu quero ver partirem no trem, para um lugar onde possam ser felizes, longe da minha inconveniente mania de pensar.

Futebol Brasileiro disse...

comentario a respeito de um jovem filosofo chamado Andre Rossetto...

porra meu, cê é bom demais...
Tão novinho na vida e tão sábio na filosofia da vida...

Fã numero 3... Mamãe numero um, Lindinha numero 2... mariana numero 3


Neruda:
Como cidadão sou homem tranquilo, inimigo de leis, governos ou instituições estabelecidas. Tenho repulso pelo burguês e gosto da vida de gente intranquila e insatisfeita sejam estes artistas ou assassinos...

Futebol Brasileiro disse...

Esta é from my heart.
Gilmar Rossetto