"Não me roube a solidão sem antes me oferecer verdadeira companhia."


Friedrich Nietzsche



sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Provocar o acidental.

Eu preciso ir e deixar tudo aqui, sem olhar pra trás.
Tenho que fugir porque percebi que não posso mais
Tentar omitir que tudo o que ví não me deixa em paz.
Só posso fingir que já esqueci quanto tempo faz.

Faço uma oração, peço proteção. Chegou a minha vez.
Vou com os pés no chão, faço a opção que você não fez.
Não me estenda a mão. Não me chame em vão. Tenha sensatez.
Não devo perdão, pois entendo o não, mas não o talvez.

É a explosão dos nossos sinais que tornou veloz.
A atribulação destes carnavais que levam a voz.
Nessa colisão de lábios iguais provamos a nós
Que essa solidão é ruim demais para seguir a sós.

Procurei saber. Busquei entender pra não me enganar.
Tive que correr para aprender como começar.
Devo me atrever e interromper o meu aguardar.
Eu não sei você, prefiro precaver que remediar.

Vou no singular pois no teu plural não há vez pra mim.
Pra não me algemar no habitual eu prefiro assim.
Tentar provocar o acidental com um pouco de gim.
Para evitar que o inicial leve-me ao fim.

Um comentário:

Juliana disse...

Ficou ótimo, Dedé. Como sempre.