"Não me roube a solidão sem antes me oferecer verdadeira companhia."


Friedrich Nietzsche



quarta-feira, 10 de novembro de 2010

15/02/2008 - 10/11/2010 O sexo do calendário...


Não é mais possível descobrir o que está errado talvez porque tudo esteja. Novamente, sua mente lhe prega peças. Gritos no silêncio noturno: o velho som da calamidade, o expresso para o inferno chegando quando você está amarrado nos trilhos.

Você sente. Como um sussurro planando na atmosfera dos ouvidos. Você se sente como um inseto dentro de um vaso sanitário. Seu futuro é uma eterna e escorregadia descida e alguém pode despejar algo, um tanto quanto desagradável, a qualquer momento.

“Foi bom pra você?”

Você vê a luz e luta para sair. A salvação está logo adiante e quando se consegue alguns momentos de alívio, alguém dá a descarga. É tão típico... Você se afoga em um mar. Um mar de medo, ódio e frustração.

“Aja como se estivesse tudo bem!”

Se você parasse para admitir talvez as coisas ficassem mais fáceis, mas você está muito ocupado tentando manter a cabeça fora da água. Enquanto o seu pequeno bote de emergência afunda rapidamente. O único jeito de flutuar é tapando os buracos com explicações ridículas e torcer para não ser levado pelas ondas de culpa. Nadando em círculos, voltando ao mesmo drama.
“Parece que você se perdeu, marinheiro!”

Ora, ora... Que magnífico dia para morrer. Apenas outro dia, transando com o calendário. Às vezes, a pressão momentânea é sufocante, é como se você se persuadisse a agir
 
Ah... O desespero fluindo nas veias. O desalento do corpo frio e o cansaço em contraste com a adrenalina, a emocionante colisão com o perigo.

“Esqueça, meu amigo. Vá dormir!”

Você precisa de alguns tragos e goles. Você precisa do doce toque cancerígeno e fatal, dos lábios dela.

[Elementar, meu caro. Elementar.]

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